
Na aula de matemática, entre xingamentos do professor, contei o ocorrido para Malu, ela achou o máximo, disse que era o destino me empurrando para o Thiago (morri de ri na hora). Bem, quando eu ia perguntar da onde ela conhecia o professor gritou para nós:
- Na próxima eu mando vocês para fora de sala!
É claro que calamos a boca, iria ser um mico ser mandada para fora, além
disso, ser mandada para a diretoria! No recreio me sentei próximo à quadra,
onde fica a Sam"anta" e as Sam"anzitas" ou seguidoras do Satã.
Tentei encontrar algo de bom nela, mas estava difícil encontrar qualidades
nela. Ela é muito bonita, eu admito, mas o desenho também se espelha em algo
que a pessoa é por dentro ou demonstra ser, a Sam"anta" demonstrar
ser um vadi@!
Finalmente tocou o ultimo sinal e corri, literalmente, para o ponto de
ônibus. Encontrei a Mari e a mesma me diz que hoje vamos almoçar fora. O dia
estava mesmo muito estranho. Primeiro o Thiago fala comigo, agora meu pai
almoçar fora? Tudo bem, para vocês que estão me escutando deve ser normal sair
para comer fora com seus pais, mas o meu pai é daquele tipo o Julius (pai do
Chris na serie "Todo mundo odeia o Chris"). Ele odeia gastar.
Chegando ao restaurante presenciei outra cena estranha, sentada ao lado
do meu pai, havia uma mulher. E não era só uma mulher, era uma mulher bonita,
realmente bonita. Cabelo castanho e cacheado, preso em um rabo de cavalo, olhos
castanhos, um sorriso jovial, mas parecia ter uns 30 e poucos anos. Eu já sabia
quem era a mulher, mesmo sem reconhecê-la direito, algo dentro de mim a
conhecia. O que foi dito por ela em seguida somente confirmou tudo:
- Olá filhas!
Aquele dia não podia ficar pior. O meu irmão chegou praticamente junto
com a gente e fez uma carranca quando viu nossa mãe ali. Ele era o mais ligado
a ela e sofreu muito quando ela se foi.
Parando para pensar agora entendo por que meu irmão é tão revoltado com
tudo, perder a mãe não é algo tão fácil assim e para ele deve ter sido
duplamente doloroso, ele a viu ir embora, simplesmente abandona-lo.
- Venham crianças, não fiquem parados, sente-se.
Fizemos o que nosso pai pediu. Dava para perceber que ele estava mais
nervoso do que nós. Bem nem todos ali estavam nervosos, a Mari não para de
falar das suas excelentes notas, do seu excelente comportamento, do seu
excelente namorado, do seu excelente blá blá blá... Bem eu fiquei ali parada,
brincando com a comida e praticamente imitando o Tadeu:
- E você Alice? Com está indo?
Olhei para ela e falei com um tom entediado:
- Estou normal, nada mudou nesses quatro anos, somente cresci alguns
centímetros.
Uma expressão maternal toma conta de minha mãe e sua mão se instala em
meu ombro:
- A filha, não esconda nada de mim, sei que passei algum tempo fora, mas...
A interrompi com um tom sínico:
- Por que você foi embora?
Todos olharam assustados para mim, principalmente Tadeu, ele quase
sorriu ao ouvir minha pergunta, sabia que ele queria perguntar isso há muito
tempo. Meu pai e Mari pareciam ofendidos juntamente com minha mãe. A mesma
estava sem reação, mas logo se recompôs:
- Vários motivos, mas é melhor terminar sua comida antes de esfriar,
não?
Com essa reviravolta, terminei de comer.
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