
- A Mari vai ao médico essa semana. Se quiser pode vir junto, Pedro.
- Tudo bem, eu vou.
- Você poderia arranjar algum emprego meu filho, assim conseguiria algum
dinheiro para sustentar a Mari e o bebê... Você também Mari, poderia tentar
arranjar algum enquanto esta nos primeiros meses.
- Sim senhora, já estou procurando algum emprego de garçonete ou
vendedora.
- E eu vou procurar sim mãe.
O jantar prosseguiu. Chato e tedioso. Sorte era do Tadeu que estava com
o gato do namorado, o Lucas. Foi então que senti algo vibrando no meu bolso.
Pronto! Malu me mandando sms logo agora. Pego escondida para meu pai não ver.
Ele odeia todo o tipo do uso de qualquer tecnologia na mesa, diz que acaba com
o clima familiar (Besteira pura ¬¬). Bom, não era a Malu, era um número
desconhecido. Leio a mensagem e quase tenho um ataque cardíaco. " Mto obg
msm Alice =D Ass: Thiago." Thiago?! Thiago?! Como ele sabia meu número?!
AHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA M-O-R-R-I-A-G-O-R-A
Fui correndo para o banheiro e liguei para a Malu o milagre que acabei
de presenciar.
- Fala Vadia
- Piranha, senta que a coisa é forte!
- O Thiago te mandou sms?
- Como voc... O que você fez?!
- Passei seu número para ele por MSN porque ele queria te agradecer
novamente... Ele conseguiu ficar com a Sam"anta"
BOOM! Choque total naquele momento
- Noticia comigo nunca é realmente boa...
Minha irmã entra no banheiro, acabando com minha conversa e foi até bom,
caso contrário Malu me ouvira chorar.
- Alice, papai esta te chamando, já vamos embora.
Droga! Eu não tenho mesmo privacidade nessa minha vida!
- Estou indo... Tchau Malu.
- Tchau Vadia.
Desliguei e fui junto com Mari para o táxi que nos esperava. O caminho
foi silencioso, mas parecia tudo gritar dentro de mim. Uma raiva me consumia.
Uma tristeza. Queria chorar. Gritar. Fui a primeira a descer do táxi e entrar
em casa, fui correndo para meu quarto. Estava agitada demais para ficar parada
então decidir dá uma olhadinha no computador. Procurar alguns empregos para
minha irmã. Logo encontrei um perfeito. Era de vendedora em uma loja chique no
centro. Precisava de alguém para ficar no caixa e Mari era ótima com matemática.
Mari era ótimo em tudo o que fazia.
Respirei fundo, pegando o meu notebook e levando para o quarto da Mari.
Lá, ela viu o anúncio de emprego e suspirou. Ela parecia reler o anúncio para
ver se era real, mas sua resposta tirou toda minha confiança dela aceitar a
proposta.
- E ai?
- Vou ver, obrigada.
- Mas você precisa sustentar o bebê de alguma forma e eu sei cozinhar,
posso me cuidar e cuidar de Tadeu também!
- Alice. Vou pensar ok?!
- Affs!
Alguns meses depois.
Era o primeiro ultrassom da Mari. Agora ela saberia se seria menina ou
menino. Ela já estava trabalhando na loja há dois meses. Com o dinheiro já
conseguiu comprar o berço e alguns brinquedos e fraldas. A mãe do Pedro que
estava realmente ajudando a Mari. O moleque não estava nem ai. Não arrumou
emprego e de vez em nunca visitava a Mari. Chegamos ao consultório e tivemos de
esperar. Ouvindo música brega e lendo revistas do século passado. O doutor
também parecia ser de outro século, mas tratou Mari super bem. O Pedro não
estava lá, foi para a casa do pai em outro estado.
- Quantos meses, Mariana?
- Quase cinco, doutor.
- Vamos dar uma olhadinha então...
O doutor jogou uma gosma na barriga da Mari e passou o aparelho por
cima. No pequeno visor, dava para ver um borrão. Todo mundo se emocionou com o
borrão, até eu. Aquele pequeno borrãnzinho era estranhamente lindo.
- Nossa... Eu vejo aqui que é uma princesinha...
- Eu vou ter uma menina!
- Eu vou ter uma sobrinha!
Lágrimas caiam do meu rosto e do rosto da Mari também. Estava tão
orgulhosa e feliz. Fui esperar Mari se trocar, lá fora com meu pai e a mãe do
Pedro, Clara.
- Preciso te falar algo. O Pedro esta querendo ir morar com o pai... Ele
quer fugir "disto"...
- Você não pode o deixar abandonar minha filha! Tem que fazer algo!
- Eu não posso... Ele é só meu enteado. Casei com o pai dele quando era
pequeno e desde daquele dia fui a mãe dele. Quando me divorciei, ele preferiu
ficar comigo por escolha. Mas não se preocupe, irei cuidar da Mari.
- Obrigada Clara.
Meu pai e a mãe do Pedro estavam tão próximos, unidos por causa de Mari
que aquilo sim era um casal de verdade... Será que rola?
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