
Acordei em uma segunda feira, mas acordei super feliz. Arrumei-me e fui
direto para a escola. Descendo do ônibus vi minha vadia master, Malu e é claro
que nos juntamos para fofocar. De relance vimos a Sam'anta' beijando um garoto
do segundo ano. É uma piriguete mesmo! Enquanto isso, eu e o Thiago andamos de
mãos dadas e damos alguns selinhos em publico, mas sozinhos eram daqueles
beijos de cinema, como dizia a Malu.
A minha irmã estava feliz com a gravidez mesmo com o Pedro morando com o
pai dele em outro estado. A mãe dele ajudava muito a Mari e era praticamente
uma mãe pra ela, também ela e meu pai estavam praticamente noivos. Minha mãe não
deu sinal de vida após a separação, ela não ganhou nenhum dinheiro como
pretendia, nem a guarda dos filhos, só ganhou a pensão a pagar. Meu irmão não
estava tão revoltado com o mundo. Ele finalmente assumiu para todos que é gay e
estava muito feliz com o Lucas, ou como ele chama, o boy magia dele *--*
A Malu estava com o João e isso a deixava feliz. Os pais dela não
aprovaram muito o jeito meio hippie dele, mas fazer o que né.
Percebi que todo mundo deve se achar esquisito, perdido e sei lá de um
jeito, ninguém é normal. Ninguém é igual a ninguém.
Três meses depois
Estou com tanta saudade do Thiago. Ele viajou para Las Vegas ver a final
de uma luta livre. Ainda bem que ele é menor de idade e não pode entrar nos
bares de Strip Tease. Aqui em casa esta maior tédio, a Malu também viajou, foi
para Florianópolis visitar alguns parentes, E eu fui a única que não viajei nas
férias por causa da Mari e também da Mila, minha sobrinha que já está com nove
meses, prestes a nascer.
Era de madrugada quando ouvimos a Mari gritar, estávamos na casa da
Clara. A Mari no quarto de hospedes e eu no antigo quarto do Pedro. Corremos
para ver o que aconteceu, abrimos a porta e Mari estava com as pernas abertas
gritando:
- Vai nascer!
Essas palavras fizeram meu pai e Clara voarem para ajudar a Maria a se levantar.
Eu fui pegar a maleta e trocar de roupa porque chegar ao hospital com uma
camisola da Barbie não dá né?!
No carro, a Mari se deitou no meu colo e meu pai dirigindo com cuidado
porque era uma sexta feira de madrugada, imagina só a quantidade de bêbado
maluco que pega o carro para dar uma voltinha e não voltar nunca mais e o pior,
levar gente inocente junto. Chegamos ao hospital bem a tempo porque a Mari já
estava sentindo muitas contrações. Meu pai a carregou no colo até a Clara
arranjar uma cadeira de rodas. As enfermeiras vieram correndo, logo os médicos
chegaram a socorrendo. Antes de ser levada, Mari gritou:
- Quero meu pai e minha irmã ao meu lado!
Entreolhamo-nos antes de seguir umas enfermeiras e vestir aquelas roupas
para não haver contaminação. Entramos. Meu pai com uma câmera em uma mão e na
outra a mão da Mari. Os anestesistas deram a tal peridural para ela e então
começaram a gritar: "Força, força, força." Mari fazia muita força e
apertava minha mão com muita força também. Meu pai chorava, filmava e sorria.
Depois de certo tempo, ouvimos os médicos gritarem: "Olha lá, esta
vindo!". A força que a Mari fazia duplicou neste momento, quase arrancando
meus dedos fora. Uns minutinhos depois, a Mila já chorava alto e estava no colo
da Mari. Neste momento todos sorriam.
Tudo estava calmo, a Mari dormia no quarto e a Mila dormia na incubadora.
O médico afirmou que segundas feiras a Mari e a Mila já receberiam altas.
Agora, o Sol nascia e deixava tudo mais belo. Eu não consegui voltar a dormi e
fiquei dando voltas no hospital. A Mila era tão fofa, os olhinhos claros e os
cabelos castanhos enroladinhos. Branquelinha igual a tia :3
De manhã a Mari estava dando de mamar para a Mila enquanto meu pai
entrava no quarto e falava sorridente:
- Tenho uma novidade, pedi a Clara em casamento e vamos nos mudar para
uma casa maior, onde cada um vai ter seu quarto, até a Mila!
Meu Deus, quem já viu um pedido de casamento no hospital!
Minha família não é mesmo normal, mas que família não é?
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